Ted Bundy: A Irresistível Face do Mal

Nota: 7/10
Quando a crítica especializada debochou que Zac Efron foi escolhido para o papel de um dos serial killers mais terríveis que o mundo já viu apenas por ser um "rostinho bonito", eles erraram amargamente.
E, se de fato o foi, não consigo entender de onde ele conseguiu extrair uma atuação tão visceral.
Ted Bundy: A Irresistível Face do Mal (prefiro mais o título original: Extremely Wicked, Shockingly Evil and Vile, que seria "Extremamente Perverso, Escandalosamente Cruel e Vil", em tradução livre, palavras essas as quais o juiz que condenou Bundy usou em seu julgamento) não é um filme convencional; não é portanto esperado que se assista esperando as manjadas e muitas vezes desnecessárias estratégias hollywoodianas: reviravoltas em vários momentos da trama, violência exagerada, nudez gratuita, e etc. Na verdade, não há nenhuma delas.
Vemos aqui um filme maduro e que sabe o que quer desde o começo de sua projeção. O diretor, Joe Berlinger (o mesmo que dirigiu o documentário sobre o assassino em série na Netflix) disse que seu objetivo com o filme era mostrar que qualquer pessoa pode ser um psicopata. Mesmo alguém que nós nunca desconfiaríamos. E ele o faz. No longa, não vemos sequer um flash da infância de Ted e nem descobrimos o que pode ter motivado sua perversão: a única coisa que sabemos é que este homem mantinha uma dupla identidade e um poder convincente tão impressionante que conseguiu esconder seus crimes por anos.
A progressão do filme é muito lenta, e seu ápice é atingido única e exclusivamente no final. Lily Collins dá vida a companheira de Ted Bundy, e podemos ver que sua entrega a personagem é muito bem executada; porém mais uma vez enfatizo que Efron está indistinguível e tem aqui a atuação mais impressionante de sua carreira até o momento.

"Extremely Wicked, Shockingly Evil and Vile", 2019, 1h50m.
Dirigido por Joe Berlinger, com Zac Efrom, Lily Collins e Kaya Scodelario.

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